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encarcerados, multicelulares
seres humanos pendem, cabisbaixos
por fio tenso: o abismo lá debaixo
não causa espanto ou trocas oculares
na pequenez da cela, tão distantes
pelas janelas, longe de seus lares
escutam ao mundo, mudos, singulares
a lhes chamar plurais, mas como dantes
fazem-se surdos. cegos, ignorantes
crendo-se reis, prostrados. por pesares?
não, pelo próprio umbigo, indigesto
no microscópio, seres celulares
levam no elevador. cabeça abaixo
num cumprimento: somos nossos gestos
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