domingo, 24 de agosto de 2014

.

a cor de uma flor
vistosa e característica
é na verdade um engano
da luz solar de todas as cores
que lhe batem e que colhe
a cor que nos chega à vista
é exatamente a que renega
explica a física

.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

chagas



é o eco
de minha voz
em teus ouvidos
a tremular cacos
de vidro no negrume
do quadro negro riscado?
é débil o molejo gestual
exibido multifacetado no fio
com que gracejas desdenho
imposto a fachadas fechadas.
as ruas perseguem teus passos
os muros se juntam ao meio-fio
e calçadas e janelas espiam.
teus pecados expostos em rubra tinta
chagas que só o tempo apaga


quarta-feira, 13 de agosto de 2014





eis o sentido da vida:
sempre pra frente, cabeça
erguida, caminhe à beça
sempre buscando a saída




domingo, 10 de agosto de 2014

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

triste não é o dedo em riste, é o que deita e dedura o quanto riste

.

.

no topo, em néon
uma estrela. fachada
d' hotel fechado

.

queimadas

sou solo fecundo para famintas raízes
brotaram-me à face com avidez de seca
tateando, dedilhando cada rota de meu olhar
tal que hoje só vejo um emaranhado de sombras

se suspiro, folhas secas me abafam a voz
se lágrimas derramo, crescem com mais vigor
meus murmúrios são os ecos duma floresta
onde me perdi um dia sem sair do lugar

ansiei duma fogueira seu crepitar caloroso
queimando a mim mesmo, quem sabe desgarram?
mas hoje respiro cinzas, tenho a face cinza
e das cinzas das raízes brotam fundas cicatrizes

segunda-feira, 4 de agosto de 2014



quem nunca pecou que jogue
pra fora a dieta e vá
urgente comer xisburgue
antes de ser tarde, tá?

domingo, 3 de agosto de 2014

sábado, 2 de agosto de 2014

prima pobre, desdentada
sempre atrás duma migalha
se acha nobre quando cada
prima rica pula e malha